Crianças Com Necessidades “Especiais”
Como falar de criança especial? Se, ao pensarmos nelas, todas são especiais! Manifestações de comportamento, que são inatas ao nascer, como rir, chorar, sugar o leite materno, espreguiçar, espirrar, tossir, entre outras, resultam em admiração e apreciação dos pais. Ao nascer, o contato da mãe e seu bebê, fortalecem o vínculo afetivo já existente desde a concepção. Esta relação afetiva entre a mãe e o bebê vai nutrir o cognitivo e a aprendizagem da criança nos primeiros anos de vida.
Alguns bebês parecem se sentir bem quando são carregados pelos seus pais, conseguem se aninhar em seus braços, outros parecem desde o início sentir um incômodo e se ajustam menos ao colo de quem os segura.
Existem crianças que após o nascimento começam a apresentar algumas dificuldades, ou o seu desenvolvimento acaba sendo diferente de outros bebês. Essas dificuldades nem sempre são observadas pelas pessoas que convivem com ele ou se percebidas, os pais não julgam que estas características possam ser sinal de alguma disfunção no desenvolvimento infantil. Naturalmente, por desconhecer tal fato. Muitas vezes, o que chama a atenção dos pais é comparar seu filho com outras crianças e perceber que existe algo diferente. Porém, não sabem como lidar com isso. Desse modo, gera-se um medo intenso de encarar a realidade ou o desconhecido.
Diferentemente de síndromes genéticas que são possíveis detectar na gestação por terem uma causa definida. Estas características percebidas pelos pais, associada ao histórico da criança e através de observação clínica com uma equipe transdisciplinar, torna possível verificar a presença de algum transtorno do desenvolvimento. Embora a hipótese diagnóstica seja difícil de ser concluída em um espaço de tempo determinado, necessitando de uma grande demanda dos familiares e persistência na busca pelo tratamento, os resultados demonstram ganhos no desenvolvimento social, cognitivo, comportamental, psicomotor, emocional que são alcançados, através de uma estimulação precoce beneficiando o desenvolvimento infantil.
No início é muito difícil para os pais perceberem, pois estão envolvidos emocionalmente e acabam não vendo que seu filho pode ser uma criança com necessidades especiais.
Para isto, observem as crianças que apresentam alterações no desenvolvimento infantil que se manifestam nos primeiros meses de vida (entre os 6 e 36 meses); com prejuízo social (por ex.: não faz contato visual – olho-no-olho, não se aninha, não interage com outras crianças ou adultos); alterações da linguagem (por ex.: desenvolvimento da linguagem atrasado ou ausente, repetição de alguns sons ou expressões verbais) e padrões restritos e repetitivos de comportamento (por ex.: adesão a rotinas ou rituais específicos, movimentos estereotipados e repetitivos com as mãos, preocupação com partes de objetos). Os sintomas anteriormente citados podem estar associados ao Transtorno Invasivo do Desenvolvimento que englobam o Spectrum Autista, A Síndrome de Rett, e Síndrome de Asperger, entre outros. (Dados retirados do DSM IV – Manual diagnóstico e estatística de Transtornos Mentais.).
Por esta razão, é muito importante que os pais busquem ajuda profissional logo no início. Façam uma avaliação precoce, pois quanto mais cedo a criança receber tratamento, melhor será o prognóstico. Finalmente, vale lembrar que há um crescente reconhecimento sobre a importância do tratamento envolver tanto as necessidades da criança, através de intervenções comportamentais e educacionais, como as da família, que tem um papel de extrema importância no tratamento terapêutico.
Tatiana Jansen De Mello Nodari- CRP 08/08312