Morte: como lidar com ela?

Esta semana, na Escola, uma criança começou a chorar e disse para a professora: “Meu peixinho morreu!”. A professora pegou-o no colo e respondeu que o peixinho agora estava com o Papai do Céu. Aos poucos, a criança foi-se acalmando e distraiu-se com alguma brincadeira, mas retornou ao assunto posteriormente.

A morte é sempre um tema delicado, pois além de definitivo, envolve questões religiosas e crenças pessoais, portanto, vamos abordar o assunto do ponto de vista católico, mas sem aprofundar esta fundamentação.

Primeiramente, devemos nos concentrar na pergunta que a criança nos faz, pois quando ela questiona algo, quer saber especificamente isto, sem qualquer desejo de receber explicações profundas e detalhadas. A morte é, antes de tudo, o desaparecimento físico e este é o maior problema que a criança vai enfrentar.

Se a família é católica, pode-se usar a explicação que a professora utilizou com nosso aluno, definindo um espaço e uma companhia (excelente, por sinal), para tranquilizar a criança.Outro recurso é a “estrelinha”, pois como a criança raciocina concretamente, precisa visualizar a situação. Sugerimos que seja levada à noite para ver o céu estrelado (o difícil é achar o céu estrelado em Curitiba), e escolha uma estrela, que será a estrelinha daquele que se foi. Desta forma, sempre que tiver saudades, quando quiser mandar um beijo, contar alguma coisa, podemos levá-la a conversar com a estrela.

Claro que outras formas poderão ser utilizadas, como rezar, conversar com o Papai do Céu, enfim, podemos buscar outras maneiras de suavizar a separação.

Como tudo, a morte também será encarada pela criança de acordo com a perspectiva dos adultos que a rodeiam. Se não falamos no assunto, se o tema é proibido, se quando surge no desenho, na casa do vizinho, ignoramos, escondemos da criança, será mais difícil lidar com o assunto. Podemos aproveitar situações do dia-a-dia, falar sobre o ciclo de vida das plantas, das flores, dos insetos, pois naturalmente, a criança vai aprendendo a lidar com pequenas perdas e, se em algum momento precisar vivenciar uma perda maior, terá mais recursos pessoais para fazê-lo.

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