Medida de Amor

Como aprendemos a amar? Será que o amor vem dentro de nós ou é aprendido desde a fecundação, o nascimento e no decorrer do nosso desenvolvimento?

A capacidade de amar não pode ser medida, mas nós sabemos que uns amam mais, outros menos, que alguns demonstram com maior espontaneidade, outros nem tanto. Podemos, então pensar que esta capacidade é desenvolvida, como todas as outras expressões emocionais. Assim, aprendemos a expressar tristeza através do choro, do recolhimento, dormindo ou comendo mais, conforme as respostas que o meio nos proporciona.

Aprendemos a expressar raiva xingando, gritando, sublimando ou buscando soluções para o problema, de acordo com as atitudes das pessoas à nossa volta. E aprendemos a expressar amor verbalmente, com afeto e carinho, ou com indiferença, também em conseqüência do que vivemos e recebemos. Assim, o amor, como as outras emoções, pode ser aprendido, a partir das experiências que temos desde o inicio de nossas vidas, no convívio familiar e, posteriormente nos relacionamentos sociais.

O modelo de amor vivido e aprendido vai manifestar-se nos relacionamentos que tivermos durante nossas vidas, com colegas, amigos, familiares e também, com o sexo oposto. E as pessoas especiais? Qual a medida do seu amor? Deve ser enorme…

Os portadores de necessidades especiais recebem, via de regra, um amor enorme, absoluto e irrestrito. Recebem tanto afeto de seus pais, que às vezes devem sentir-se até sufocados. A atenção e o carinho são tão intensos que se pudessem ficar armazenados, certamente não haveria espaço. Assim, eles amam muito, mesmo que muitas vezes não consigam expressar este amor adequadamente.

E quando duas pessoas especiais se encontram, em algum momento da vida, e tem a possibilidade de expressar este amor uma pela outra, certamente vale à pena observar, pois teremos, sem duvida, muito a aprender. Este é o amor incondicional, verdadeiro e puro. Isento de preconceitos, de meias palavras, de adiamentos e de falsos pudores. É verdade, nós teríamos muito a aprender se pudéssemos observar. Que pena que são tão poucas as possibilidades de eles se encontrarem, pois o preconceito social muitas vezes não permite, restringindo a convivência destas pessoas tão especiais entre si e, muitas vezes com toda a sociedade.

O amor é um dos nossos maiores direitos. É o que nos move para a vida, para o crescimento e para as conquistas. A pessoa portadora de necessidades especiais necessita especialmente de amor: receber muito e ter o direito de retribuir.

 

PSIC. MARIA HELENA JANSEN DE MELLO KEINERT-CRP 08/01252

 

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